O quão portátil pode ser um notebook? Na era dos tablets ainda precisamos de um notebook super portátil? Eu, pelo menos acredito que sim, ou pelo menos ainda sonho com isso. Por mais que os tablets estejam ficado cada vez mais potentes, ainda pecam em substituir um Note ou MacBook em determinadas funções ou mesmo por algumas deficiências de interface, e por isso, continuo pagando pra ver.
Infelizmente, as grandes marcas de notebook simplesmente não investem em alternativas super portáteis, seja baixa a demanda, seja pela dificuldade de encontrar e combinar componentes capazes de fazer esse sonho virar realidade (e não um pesadelo). No mundo dos ultra portáteis, duas marcas tem se destacado trazendo alternativas com essa abordagem – a GPD e a OneNotebook.
O OneMix 4S é a tentativa mais recente da OneNotebook que, no papel, parece um sonho: Windows 11, processador i7 de 13ª geração, 16Gb de RAM, 1Tb de SSD, tela de alta resolução com suporte a toque e à caneta; tudo isso no tamanho de um iPad Mini e pesando um pouco mais de 700g.
A apresentação não poderia ser melhor: uma caixa que dá boas expectativas sobre o que tem dentro, construção excelente, tamanho, peso… WoW! Abrindo temos uma tela que apesar da excelente resolução parece ter um painel de baixa qualidade na sensação ao toque, no alto índice de reflexos, nem parece ser vidro; sensação semelhante a do touchpad que nem incomoda tanto pelo tamanho, mas pelo material que faz o dedo ficar agarrando.
O teclado não é de todo ruim na verdade até conseguiram um ótimo ajuste do layout levando em conta o espaço disponível; só achei que erraram feito ao optarem por teclas com um deslocamento maior, especialmente em um teclado tão compacto, acho que isso acaba reduzindo tanto a precisão quanto a velocidade de digitação.
Por fim, temos o áudio não foge da decepção, entregando além da baixa qualidade um péssimo volume, ficando quase impossível fugir do uso de fones de ouvido.
Agora vamos ao que vale para a maioria das pessoas; a performance. No perfil office, o desempenho em si é mais que suficiente e, sem dúvidas, bem mais competente que o Galaxy Book S. Na verdade, talvez até competente demais, sendo capaz de produzir mais aquecimento e drenar mais a bateria do que considero aceitável. Até tentei algumas alternativas para reduzir o TDP, mas nada foi efetivo. Nesse universo, a parte do software também não ajuda em nada, não tem nada personalizado para ele capaz de deixar tudo numa real situação de performance ou baixo consumo.
Nesse ponto, apesar de um tanto decepcionado com o conjunto, pensava em ficar com ele como uma alternativa ultra-portátil que me permitiria fazer meu trabalho em qualquer lugar, em situações que eu não normalmente estaria carregando uma pasta ou mochila com o notebook. Mas, a autonomia acabou inviabilizando.
No dia a dia ele dificilmente passava de 5hs longe da tomada, mesmo com uso bastante leve; tentei de tudo pra espremer algumas horas mais nessa autonomia, mas sem sucesso. Além disso, pra piorar, também era possível notar um acentuado consumo mesmo em stand by.
Queria muito ter curtido esse note, parecia a solução ideal para minhas necessidades, mas não foi dessa vez. E, sinceramente, depois dessa meio que perdi as esperanças e acho que não volto a arriscar em uma alternativa tão ousada, principalmente se não tiver a possibilidade de devolução por arrependimento. Pra mim, foi um péssimo investimento, e difícil de vender depois mesmo anunciando por bem menos do que paguei efetivamente por ele.