Review Xiaomi Redmi Note 14 Pro 5G

Fugindo um pouco do ciclo vicioso Apple-Samsung, resolvi pegar novamente um modelo da Xiaomi após muitos anos longe da marca. O que mais me afasta da Xiaomi é a falta de uma representação forte aqui no Brasil; ainda que estejam oficialmente no Brasil, na prática continuamos tendo que comprar os modelos da marca importados e muitas vezes de vendedores não oficiais.
Pela faixa de preço, o Redmi Note 15 Pro 5G seria um concorrente direto para o Galaxy A56, e como testei o modelo da Samsung recentemente, vou fazer a análise levando em conta esse comparativo.

Apesar da construção mais barata, com traseira em plástico, seu design curvado tanto da tela quanto da traseira dão um ar premium ao aparelho, além de proporcionar uma pegada muito confortável. E, falando em “ar premium”, o design da ilha com as câmeras também contribui muito nesse sentido (apesar de, particularmente, achar um tanto exagerada). Ainda que não valha o risco de “pagar para ver”, vale lembrar que esse modelo também conta com resistência à líquidos e poeira IP68.

A tela é linda, com reprodução de cores excelente visibilidade à luz do sol bem boa (ao menos no inverno), mas deixa muitas tamaras de digitais – como ele vem com uma película aplicada de fábrica, eu ainda não tenho certeza se a culpa é realmente da tela ou da película. Uma coisa que senti falta foi uma opção de acessibilidade como a redução de brilho extra da OneUI ou redução de pontos brilhantes do iOS.

O desempenho é bom e as transições são bem usadas para dar uma maior sensação de fluidez – mesmo optando por remover animações nas opções de acessibilidade e nas opções de desenvolvedor é possível notar que são mantidas inúmeras animações durante o uso da interface do sistema. Mas, em uso mais prolongado, eu enfrentei lags com mais frequência que no A56.

Em matéria de autonomia as coisas ainda estão um pouco confusas. Nos primeiros momentos ele pareceu que teria um consumo bem acentuado mesmo com uso leve, mas após algum tempo parece que estabilizou. Nas configurações nativas do sistema não há nada que permita verificar o tempo de uso e o tempo de tela ligada desde a última carga e não quis utilizar apps de terceiros que pudessem acentuar esse consumo, então fiz uma medição no olhômetro mesmo e consegui até 8hs de tela em um dia longo longe da tomada, de uso leve, bem compatível com o que eu tinha no Galaxy A56.
Nas opções de bateria encontramos opções que costumam aparecer em todos os sistemas como “Nenhuma restrição” (que uso para apps que não quero arriscar perder nem atrasar as notificações), “Economia de bateria” (é o padrão, para evitar perder notificações e ao mesmo tempo um consumo exagerado), “Restringir em segundo plano” (que deixa o app funcionar apenas quando aberto), mas no HyperOS tem mais uma que achei bem útil – “Fechar app após 10 min em segundo plano”, que tenho usado para vários apps que preciso de notificações por um curto período nas vezes que uso.

Em matéria de qualidade das fotos, captação de luminosidade e pós processamento, a câmera do Redmi Note 14 Pro 5G me pareceu bem próxima do A56. Há dois pontos em que a vantagem do Xiaomi fica mais nítida (software), que são no auto HDR e na compensação de luminosidade ao tocar em áreas mais escuras da cena.

Agora, em relação ao HyperOS, meu sentimento foi meio de decepção. Pra começar, eu errei e comprei um modelo sem suporte à AI, ok, mas pelo menos a parte básica da IA ele podia ter, assim como o Galaxy A36/A56, por exemplo. Um segundo ponto veio pela limitação do Xiaomi Theme Editor em editar apenas os ícones nativo e mais uns outros pré-definidos (dos quais nenhum deles são apps de uso comum). E, por fim, o sistema em si me pareceu estar muito atrás da OneUI, com menos opções de personalização, apps nativos mais mal feitos, widgets e até mesmo a possibilidade de acompanhar a autonomia da bateria como mencionei acima.
Outro ponto muito importante para mim era a prometida interconectividade com o MacOS, que também não tive sucesso em fazer funcionar por aqui.

Enfim, no valor de R$ 1600, que paguei pelo Redmi 14 Pro 5G, ele até tem um custo benefício razoável e chama atenção principalmente pela beleza; mas pensando em alternativas como o A56 e mesmo o A36, pela experiencia que tive até agora, os modelos da Samsung seriam escolhas mais acertadas. Além disso, esse primeiro contato com o HyperOS falhou em aguçar minha vontade experimentar um top de linha da marca, ao contrário do que ocorreu com o A36/A56.

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