Análise do Samsung Galaxy S24 Ultra

Investimento: a samsung soube fazer um lançamento no Brasil como nenhuma outra marca. Além de termos sido priorizado (recebemos a linha o S24 até mesmo antes que outros grandes mercados), ele também veio com uma política agressiva de preços e promoções. Acabei comprando meu S24 Ultra de 512Gb na pré-venda pagando “apenas” R$ 5.600 em 21x (ou R$ 4.000 + um iPhone 12 Mini no TrocaSmart) – comparativamente, havia pago R$ 5.900 no PIX pelo iPhone 15 Pro de 128Gb, adquirido de forma não oficial meses após seu lançamento.

Ajustes: ao longo dessa primeira semana com o S24 Ultra, acabei fazendo alguns ajustes/configurações que considerei essenciais para aproveitar o melhor do aparelho.
1. Good Lock + NavStar para devolver os antigos gestos de navegação (imho, os novos atrapalhavam demais o uso da S Pen). 2. Ativação do Modo de Desempenho Leve (a performance continua excelente, reduziu o aquecimento e aumentou a autonomia). 3. Ativação das Notificações por Categoria (por padrão, ele veio igual ao iOS, permitindo apenas ativar/desativar todas as notificações do app de uma vez).

Design e Tela: Imho, há um excesso de opções de cores no S24U. Não que eu seja contra essa diversidade, mas no S23 isso já foi um problema, onde algumas cores nunca tiveram reposição depois que esgotaram. Outro problema é a dificuldade de ver essas cores ao vivo antes da compra – as lojas que visitei tinham apenas o titânio natural no mostruário.
A “nova” tela plana acarretou uma nítida mudança no design, mas, para “compensar” a perda do arredondado da tela, a Samsung assumiu um frame um pouquinho mais largo, apenas o suficiente para manter a curvatura – tenho mãos ao grandes e, ao menos pra mim, deu super certo e mesmo sendo mais largo estou achando a pegada do S24 Ultra excelente, consigo usa-lo na rua segurando de forma firme e confortável usando apenas uma mão.

Falando da tela, nessa primeira tive a confirmação da vantagem da tela plana para o uso da S Pen, que voltei a utilizar como já não fazia há tempos. Além disso ela traz outras novidades: é nitidamente menos reflexiva, mas por outro lado tive a impressão da cobertura oleofóbica dela ser menos eficiente. Ah, e claro, as cores “lavadas” que incomodou muita gente, mas que a Samsung “corrigiu” com uma atualização que permite ajustar a “vivacidade” das cores.

No geral, fiquei muito satisfeito com esses aspectos do S24U, pra mim poderiam manter esse conjunto nos próximos lançamentos da linha, trabalhando apenas em alguma forma mais eficaz de reduzir o peso (saindo do M53, o peso a mais do S24U realmente incomoda).

Desempenho: não tem mesmo como querer reclamar, ele é extremamente rápido e responsivo mesmo usando em modo de desempenho leve não notei qualquer prejuízo. Mas, sendo bem sincero, no uso é simplesmente impossível notar alguma diferença para o S23U. Nos primeiros dias que usei em modo de desempenho normal, cheguei a sentir um certo aquecimento, mesmo em tarefas básicas, mas nada exagerado, muito menos algo capaz de “derreter” a S Pen, como um usuário comentou na comunidade de membros da Samsung.

Bateria: um dos pontos de maior peso pra mim, no qual poderia jurar que o S24U iria falhar, já que foi o único da linha que não recebeu upgrade em sua capacidade (na verdade, não recebe desde o S22 Ultra). Na prática, em modo de desempenho leve (da mesma forma que usava o S23 Ultra), o S24 Ultra conseguiu entregar uma autonomia até um pouco superior a do seu antecessor.
No primeiro dia de teste, foram 7hs de tela, fechando o dia com mais de 15hs longe da tomada e ainda 45% de carga restante. No segundo dia, foram praticamente 10hs de tela com mais de 20hs longe da tomada.

Telefone e Conectividade: apesar de tudo funcionar perfeitamente sem altos e baixos a serem destacados, resolvi trazer esse tópico apenas para mencionar um detalhe: (ainda) não é possível desativar o VoLTE no uso em DualSIM, nem mesmo o app Samsung Band Selecion está funcionando para esse fim atualmente.

Câmera: infelizmente essa (ainda) não é a estrela do S24 Ultra. Vindo de um do S23 Ultra, a Samsung fez mudanças ousadas que já era bem questionada mesmo antes do lançamento oficial. Na prática, nenhuma novidade até agora – apesar de ter gostado mais do S24U em vários aspectos, pelo menos por enquanto eu preferia ter continuado com a câmera do S23U.
Não bastasse a perda do do Zoom óptico de 10x, eventualmente ocorrem comportamentos erráticos no foco, balanço de iluminação e pós-processamento; que nem sempre são ajustados para o melhor resultado possível; aparentemente não há um motivo claro, uma condição específica onde isso ocorra – a sensação é de que simplesmente as vezes a IA falha e fotos tiradas no mesmo local e condições acabam produzindo resultados bem diferentes.
Ainda assim, consegui obter resultados bem bons nas fotos tiradas com ele com destaque para o nível de detalhes em algumas delas, além de ter notado que as fotos em movimento, mesmo com zoom, são facilmente detectadas e, normalmente, as cenas ficam devidamente congeladas, o que achei excelente.
Voltando à questão do zoom, de fato, até 10x o resultado fica excelente, você dificilmente vai notar alguma perda. Em 30x, os resultados são na maioria das vezes bem aproveitáveis. Mas ao chegar aos 100x, o resultado dificilmente pode ser chamado de foto – na imensa maioria, o pós-processamento acabou transformando a foto em um desenho bem mal feito.

Sistema: tirando aquilo que já resolvi com ajustes ou apps de terceiros, ainda ficaram algumas coisas que gostaria de ver; como a integração do “Circle to Search” às ações da S Pen e a mudança do layout do acompanhamento da bateria que, IMHO, não agregou nada de positivo e deixou o acompanhamento mais difícil e impreciso.

I.A: ainda acho o termo IA aqui bastante exagerado/forçado; muito do que é atribuído à IA aqui, muitos apps de terceiros já faziam sem dar esse nome; mas há sim novos recursos muito bem vindos. A opção de “alinhar escrita à mão” do S Notes é bem interessante e tem funcionado bem 90% das vezes; a função de tradução instantânea integrada a apps de terceiros como o WhatsApp me pareceu muito bem integrada, por outro lado ainda senti bastante falta dessa IA aplicada à digitação cuja sugestão de palavras continua bastante imprecisa e um tanto aleatória.
Por fim, os recursos integrados ao editor de imagem eu achei que poderiam ser mais intuitivos e fáceis de usar. Na verdade, tanto recurso merecia um editor de imagens à parte, um pouco mais complexo e com recursos acessáveis mais facilmente, até mesmo com camadas (já é possível editar usando camadas, porém o acesso a esse recurso ainda é meio precário).

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